capa: Genilson Soares
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EDITORIAL | | TEXTOS | A inclusão da situação psicanalítica no campo dos fenômenos expressivos suscita uma reflexão sobre a atitude do analista diante das demandas do paciente, da interpretação psicanalítica e do modo como lemos os textos de Freud. Elaborando à sombra de Nietzsche a articulação entre psicanálise e filosofia trágica, este artigo sugere dez princípios teórico-práticos que, conformemente ao dionismo constitutivo do trágico, tomam a forma de "mandamentos". A glossolalia se deve a uma atualização de situações que envolvem os primeiros contatos da criança com a língua materna. Tal atualização pode assumir uma feição histérica ou psicótica. Quando se degrada a narrativa como experiência comunicável e a sabedoria agoniza, como assegurar a transmissão da psicanálise, que se assenta sobre uma variedade da arte de narrar? Este estudo discute o contexto no qual violência e drogadição vêm prosperando no mundo contemporâneo. Mas a clínica psicanalítica pode configurar uma retomada da dimensão ético-política da vida. As idéias de corpo e de psiquismo na obra de Freud são aqui abordadas em dois eixos. No primeiro, destacam-se a concomitância, a filogenia e a equação etiológica; no segundo, ressaltam-se a pulsão, o afeto e o "Isso". A atividade psíquica do psicanalista constitui o ambiente no qual o Ego pode surgir. Ela estabelece o espaço transicional, o que não deixa de criar problemas sob o ponto de vista epistemológico. Quando o paciente chega à análise com angústias ligadas à perda de um parceiro amoroso, colocam-se questões técnicas específicas: entre oferecer continência e encaminhar a aceitação da separação, é delicada a posição do analista. O adolescente, ao buscar caminhos próprios frente à herança recebida, realiza um trabalho psíquico que culmina numa "formação de compromisso" em relação às gerações antecedentes. Na obra de Freud, encontramos diferentes concepções do que é cura. Qual é a especificidade e que limites encontra cada uma dessas visões? E como inseri-las no debate contemporâneo sobre as diversas terapias? A inveja, personificada nos deuses proibidores do conhecimento, pode servir como defesa contra as fantasias envolvidas no ato de conhecer. O que assim se cria revela-se essencial nos processos de formação. | |
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ENTREVISTA | Acompanhar a reflexão de Monique Schneider, onde anos após sua primeira entrevista à revista Percurso (n 8), pode curiosamente trazer nas entrelinhas um certo desenho do movimento da psicanálise neste tempo.. | DEBATE | Pacientes psicóticos, crianças, e mais recentemente os casos borderline, têm trazido novas demandas à técnica psicanalítica e mais amplamente ao que se compreende por "comunicação" em análise... | LEITURAS | Resenha de "Distúrbios do sono" - Nayra Cesaro Penha Ganhito. São Paulo, Casa do Psicólogo, 2001. 245 p. Resenha de "A clínica conta histórias" - Lúcia Barbero Fuks e Flávio Carvalho Ferraz (org.). São Paulo, Escuta, 2000. 260 p. Resenha de "A travessia do trágico em Psicanálise" - Mauro Pergaminik Meiches. São Paulo, Casa do Psicólogo/FAPESP, 2000. 185 p. Resenha de "Corpo-de-sonho: arte e psicanálise" - Eliane Accioly Fonseca. São Paulo, Annablume, 1998. 148 p. Resenha de "A face estética do self: teoria e clínica" - Gilberto Safra. São Paulo, Unimarco, 1999. 168 p. Resenha de "Psicofarmacologia e Psicanálise" - Maria Cristina Rios Magalhães. São Paulo, Escuta, 2001. 162 p. Resenha de "Neurose traumática" - Myriam Uchitel. São Paulo, Casa do Psicólogo, 2001. 157 p. Resenha de "Inventando o sexo: corpo e gênero dos gregos até Freud" - Thomas Laquer. Rio de Janeiro, Relume-Dumará, 2001. Resenha de "Morte" - Maria Elisa Pessoa Labaki. São Paulo, Casa do Psicólogo, 2001. 203 p. Resenha de "O olhar do engano - autismo e outro primordial" - Lia Ribeiro Fernandes. São Paulo, Escuta, 2000. 170 p. Resenha de "Gramáticas do erotismo - A feminilidade e suas formas de subjetivação em psicanálise" - Joel Birman. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2001. 253 p. | |
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