capa: Sérgio Fingerman
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EDITORIAL | | TEXTOS | Nesta conferência, um relato clínico comovente e uma elaboração teórica a respeito da transferência tomam corpo a partir de um lapso contratransferencial, que mobilizou os dois parceiros da aventura analítica. Um casal consulta por "perda de interesse sexual". No decorrer do processo analítico, a fundação do casal aparece como marca indelével; os esposos vão aprendendo a complexidade do vínculo, e criando uma "palavra vincular". Partindo de uma análise do contexto institucional e sócio-cultural da formação do psicanalista, uma reflexão sobre a construção da sua identidade, e sobre a preservação de uma escuta e de uma prática fiéis ao espírito desalienante que a deveria animar. A partir de uma lembrança suscitada pela leitura do artigo anterior, reencontramos o especialista no cerne do nosso campo, desvelando algumas divergências sobre a posição epistemológica a tomar em relação a campos vizinhos. A escola é o lugar da purificação característica da modernidade, que, em sua busca da objetividade, nutriu uma antipatia pelas paixões e pela sensibilidade, usando contra elas a atividade intelectual. Concebendo a experiência psicanalítica e a escritura borgeana como lugares psíquicos de constituição de subjetividade, este artigo visa diferenciar as experiências de encontro com o idêntico e com o duplo. A crítica psicanalítica distingue-se por privilegiar, na enunciação, os índios de transformação do elemento extra-literário. A transferência é o que permite compreender então os diferente posicionamentos do crítico. Em que tempo pode a mãe advir como mulher para a criança? Questão do drama edípico, que a trama poética de Chico - nesta canção escrita em parceria com Guinga - retoma a partir dos olhos do pequeno Francisco. A partir da trajetória do artista Francis Bacon, este texto propõe um interlocução com a antropofagia. A psicanálise participa neste diálogo fazendo da morte e da degustação do pai a possibilidade do renascimento do sujeito. O desejo puro pode terminar no sacrifício e no assassinato, especialmente se, agindo burocraticamente, o sujeito acreditar que o seu grande Outro aprovará seus atos de "purificação". Este foi o caso de Adolf Eichmann. As identificações dos diversos autores com Antígona passam pelo modelo de virtude familiar, pela rebelde francesa dizendo não ao poder nazista, até a que não se matou, atravessou a "segunda morte", e correu seus próprios riscos. O pensamento trágico de Freud refere-se às relações que o sujeito, na cultura, mantém com suas pulsões. O superego, como o imperativo categórico, serve como chave para a leitura da metapsicologia e da teoria freudiana da cultura. O trabalho psicanalítico coloca-nos em um fio de navalha. Aqui, a gravidez da analista serve de disparador para pensar a transferência e a contratransferência, especialmente nos aspectos de discriminação e indiscriminação. | |
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ENTREVISTA | Um pensamento inquieto, sem paradeiro. Uma fidelidade radical ao psicanalítico. A contundência de posições muitas vezes inusitadas. Presença em movimentos. A coragem do enfrentamento permanente com o que petrifica e congela. Tudo isso leva o psicanalista Chaim Samuel Katz a uma fecunda produção.. | LEITURAS | Resenha de "As múltiplas faces de Eros" - Joyce McDougall. São Paulo, Martins Fontes, 1997. 270 p. Resenha de "A ressurreição do self: baseado num diário de Marion Milner" - Alida Ionescu Brunow de Carvalho. São Paulo, Atheneu, 1998. 150 p. Resenha de "As palavras de Freud - o vocabulário freudiano e suas versões" - Paulo César de Souza. São Paulo, ática, 1998. 288 p. Resenha de "O estrangeiro" - Caterina Koltai. São Paulo, Escuta, 1998. 214 p. Resenha de "Tempo de muda - ensaios de psicanálise" - Renato Mezan. São Paulo, Companhia das Letras, 1998. 367 p. Resenha de "Palavras cruzadas entre Freud e Ferenczi" - Luís Claudio Figueiredo. São Paulo, Escuta, 1999. 208 p. Resenha de "A Clínica do analista - agenda para uma clínica psicanalítica do século XXI" - Sérvulo Augusto Figueira. São Paulo, Lemos, 1998. 189 p. Resenha de "Psicanálise e educação: laços refeitos" -Marcia Neder Bacha. Campo Grande, UFMS; São Paulo, Casa do Psicólogo, 1998. 220 p. | |
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