EDIÇÃO

 

TÍTULO DE ARTIGO


 

AUTOR


ÍNDICE TEMÁTICO 
  
 

voltar
voltar ao sumário


Notas


voltar ao sumário
 EDITORIAL

Editorial

Letter from the editors

Falar de Mário Fuks é falar da história do Departamento de Psicanálise, do legado que nos deixou. Mario faleceu em 05 de dezembro de 2022 e queremos manter viva sua memória, seu compromisso com a psicanálise implicada, política, aberta ao seu tempo, sempre em movimento. Mário foi um dos fundadores do Departamento e de dois de nossos cursos, sempre ativo em seu trabalho de transmissão.

Neste número de Percurso, Mario fala.

Dedicamo-nos a uma saudosa homenagem através da publicação de dois artigos que, em tempos diferentes, ressaltam a posição que ele defendeu ao longo de toda sua trajetória, a do engajamento clínico-ético-político no campo psicanalítico. Em se tratando de sofrimentos, são indissociáveis as abordagens psicanalítica, política e institucional capazes de gerar a abertura de espaços democráticos.
O texto "Psicopatologia Psicanalítica e Clínica Contemporânea: Histórias e Perspectivas" (2022) traz um pouco da história de Mario como psicanalista, uma retomada em que entrelaça a história do Curso de mesmo nome, do Departamento de Psicanálise do Sedes e das teorias psicanalíticas em mutação, com a história do engajamento dos psicanalistas de nosso Departamento na Saúde Pública e nos acontecimentos sociais e políticos nos últimos 25 anos.

Em "Psicanálise: o futuro de uma des-ilusão", escrito muitos anos antes, o autor constata a dificuldade do movimento psicanalítico em incorporar um "pensamento de mudança", enfrentar a idealização da Psicanálise e os obstáculos para um caminhar mais livre, criativo e menos isolado socialmente. Mario faz uma rica costura entre três textos do Freud, "Futuro de uma ilusão", "Psicologia das Massas e análise do Eu", e "O Humor", para ressaltar os temas do poder, do coletivo e do prazer - articulação singular e prenhe de metapsicologia - que conduz ao jogo entre "ilusão", "desilusão" e "des-ilusão". Daí emerge a força da operação de des-ilusão e do trabalho do desassujeitamento. Acompanhamos todo um caminho para chegar em movimentos sócio políticos de nosso campo, posteriores a Freud, que incluem Hanna Segal e Analistas Latinoamericanos, ações de denúncia das omissões, recusas e isolamentos que, supostamente, garantiriam a ilusão de eternidade à psicanálise. Trabalho "em continuidade com o espírito freudiano de intervenção e combate no campo político, cultural e social".

As questões do Coletivo e do Grupal sobressaem em seu texto, que desemboca numa espécie de programa político para que a psicanálise e os psicanalistas respondam às exigências, sempre atuais, de pensamento e transformação.

Outros textos desse número dão sequência à discussão sobre a ilusão, investigando suas raízes profundamente humanas e sua proximidade com mentiras e falsificações, mas também com a arte e a ficção. Ao mesmo tempo que indicam seus possíveis efeitos de aprisionamento, abordam sua relação com a incessante busca de verdade pelos sujeitos. O conjunto dos textos aponta na direção da importância de pensar nos processos de desassujeitamento - noção já mencionada, destacada do texto de Mario - suas dificuldades e delicadezas nos campos clínico e social.

Deixamos aqui também uma homenagem à nossa colega Rubia Mara do Nascimento Zecchin, falecida em 22 de dezembro de 2022. Sempre atuante no Departamento de Psicanálise, participou da equipe da revista Percurso entre 1992 e 1997.

Boa Leitura!


topovoltar ao topovoltar ao sumáriotopo
 
 

     
Percurso é uma revista semestral de psicanálise, editada em São Paulo pelo Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae desde 1988.
 
Sociedade Civil Percurso
Tel: (11) 3081-4851
assinepercurso@uol.com.br
© Copyright 2011
Todos os direitos reservados